Na era digital em constante evolução, a gestão de identidade emergiu como uma preocupação central para indivíduos e organizações. No entanto, com os avanços na inteligência artificial (IA), robótica e Internet das Coisas (IoT), surge um novo desafio: como gerenciar identidades não-humanas de forma eficaz e segura? Esta é a questão central abordada pela Gestão de Identidade Não-Humana (NHIM).
O Que é NHIM?
A Gestão de Identidade Não-Humana (NHIM) refere-se ao conjunto de práticas, políticas e tecnologias desenvolvidas para autenticar, autorizar e gerenciar identidades de entidades não-humanas, como bots, dispositivos IoT, agentes virtuais e outros sistemas autônomos. Essas identidades, embora não sejam humanas, desempenham papéis cruciais em ambientes digitais, exigindo controles de segurança robustos.
Desafios e Complexidades
A gestão de identidade não-humana apresenta uma série de desafios únicos. Em primeiro lugar, as entidades não-humanas frequentemente operam de forma autônoma, o que significa que as abordagens tradicionais de autenticação baseadas em senha podem não ser adequadas. Além disso, essas identidades podem interagir com sistemas e dados sensíveis, exigindo controles rigorosos de acesso e privilégios.
Outro desafio é a escala. Com o rápido crescimento da IoT e da automação, o número de identidades não-humanas está aumentando exponencialmente. Gerenciar e proteger essas identidades em escala requer soluções escaláveis e eficientes.
Princípios Fundamentais da NHIM
Para abordar esses desafios, seguem algumas boas práticas para tratar o NHIM:
1. Autenticação Robusta
Em vez de depender exclusivamente de senhas, a NHIM enfatiza a autenticação multifatorial, biometria e outras técnicas avançadas para verificar a identidade das entidades não-humanas.
2. Autorização Granular
As identidades não-humanas devem ter acesso apenas às informações e recursos necessários para realizar suas funções designadas, ou seja, possuir “Privilégio Mínimo” em suas autorizações.
3. Visibilidade e Auditoria
É essencial monitorar e registrar as atividades das identidades não-humanas para detectar comportamentos suspeitos ou maliciosos. A visibilidade e a auditoria são fundamentais para garantir a conformidade regulatória e a segurança geral do sistema. Ou seja, torna-se cada vez mais importante que equipes de IAM possuam um fluxo de monitoria e observabilidade dos ambientes para que sejam tomadas ações proativas de prevenção a riscos.
4. Gestão de Ciclo de Vida
Da criação à desativação, as identidades não-humanas devem ser gerenciadas ao longo de todo o seu ciclo de vida. Isso inclui provisionamento seguro, atualizações regulares de software e revogação de acesso quando apropriado. Aqui temos um ponto fundamental voltado a “Governança de Identidades” que deve realizar a recertificação destas identidades de forma tempestiva.
Tecnologias Habilitadoras
Uma variedade de tecnologias desempenha um papel crucial na implementação da NHIM:
Blockchain
Oferece um registro imutável de transações e eventos, o que pode aumentar a segurança e a transparência na gestão de identidade.
IA e Machine Learning
São utilizados para detectar padrões de comportamento anômalos e identificar potenciais ameaças ou vulnerabilidades.
Protocolos de Segurança
Como OAuth, OpenID Connect e SCIM, permitem a integração segura de identidades não-humanas em sistemas existentes.
Gestão de Acessos Privilegiados (Privileged and Access Management PAM)
O PAM é crucial para proteger identidades NHIM, como sistemas e aplicativos, garantindo controle rigoroso de acesso privilegiado. Ele ajuda a prevenir acessos não autorizados, mantendo trilhas de auditoria para garantir conformidade com regulamentações de segurança, e também garante a guarda da credencial NHIM, que muitas vezes possui privilégios elevados para executar ações automatizadas no ambiente.
O Futuro da NHIM
À medida que avançamos para um mundo cada vez mais conectado e automatizado, a importância da Gestão de Identidade Não-Humana só aumentará. Prevê-se que novas tecnologias, como identidades autônomas baseadas em blockchain e sistemas de IA para detecção de ameaças, impulsionaram ainda mais o desenvolvimento da NHIM.
No entanto, é importante reconhecer que a NHIM não é uma solução estática. À medida que novas ameaças emergem e a tecnologia evolui, as práticas e os sistemas de gestão de identidade não-humana também devem evoluir para enfrentar esses desafios.
Sendo assim, cabe às equipes de IAM garantir que o ciclo de vida destas identidades estejam de acordo com o seu uso de fato, sendo monitoradas e utilizando apenas o que for necessário para a sua operação dentro das empresas.
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